Observa bem guerreiro Celta o que te
vou dizer, pois será a ultima carta, nunca mais te vou escrever, aproxima se o
dia "N" e por isso vou à terra descer, ora em corvo voando pelo ar,
ora em loba por florestas a caminhar, mas terei que uma mulher escolher para
possuir e no meio humano poder caminhar....
Ora serei morena, loira ou ruiva,
ainda vou ponderar, daqui a umas horas vou decidir mas não te vou dizer, será
enigma para decifrar, o vestuário poderá ajudar mas será o olhar que te vai
elucidar...
A partir daí sabes o que fazer, sabes
que sou discreta, sabes que sou elegante, sabes que não gosto que outros homens
me espreitem, sabes que só para ti me vou mostrar, sabes que sou vingativa,
sabes que sou possessiva, que quero é renascer...
Ambos sabemos que platónicamente já
amámos, já rimos, já matámos, já nos comemos de todas as maneiras, de mil e uma
maneira fornicámos. Já fizemos amor, já fizemos sexo, já juntamos os dois numa
perfeita harmonia, sussurramos um ao outro poesia, já sangramos corruptos
enquanto bebíamos "sangria"...
Ora quero agora fazer isso
carnalmente, quero rir, quero amar, quero foder, quero matar, quero o fazer eternamente,
quero neste reino mortal sentir-me diva, não quero-me sentir morta, desprezada
ou por homens comuns apreciada, só tu me podes fazer sentir verdadeiramente
viva...
Quero mistério, quero glória, quero
segredo, quero ser só tua, quero ser possuída toda a noite e todo o dia, sem
ninguém saber, apenas contigo me revelar, soltar, emancipar, ora dizendo que te
amo de forma genuína e macia, ora louca em teu ouvido baixinho a pedir para ser
fodida....*